terça-feira, 26 de junho de 2012




A atmosfera agradável de uma casa é mantida com asseio, organização e limpeza regular. Invariavelmente, a pintura de suas paredes pode esconder pequenos defeitos sendo um recurso paliativo aceitável em determinados casos. Porém, quando o imóvel começa a apresentar rachaduras e infiltrações sua estrutura deve ser avaliada cuidadosamente para que as bases fundamentais que lhe dão sustentação sejam reforçadas.

Quando a estrutura está comprometida a verdadeira solução requer ações profundas e portanto, mais trabalhosas, sendo necessário em alguns casos demolir toda a construção antes de reerguê-la novamente.

Ações paliativas podem trazer uma satisfação momentânea, um certo alívio e a sensação ilusória de dever cumprido, mas aqueles que buscam viver além da superficialidade não devem se contentar com a maquiagem enganosa.

Na questão da casa, fazer o mínimo para lhe conferir boa aparência pode parecer interessante, principalmente para quem pretende vendê-la, ou como se diz, “passar pra frente”. Assim, se pode lucrar com o negócio deixando as maiores despesas nas mãos do próximo morador. Porém, no caso do nosso lar mais intimo, esse tipo de malandragem não trás prejuízo para mais ninguém além de nós mesmos e as conseqüências podem ser severas.

Quando somos acometidos por algum mal-estar, temos, é claro, o costume de buscar o alivio imediato para o incomodo. Pretendemos nos livrar da dor e atingido esse objetivo na maioria das vezes ficamos satisfeitos. Porém, agindo dessa forma, sem que seja feita uma sincera reflexão sobre o processo que desencadeou determinada aflição, estamos alimentando graves conseqüências que poderiam ser evitadas. 

A implicação pode aparecer sem demora, em uma forma mais devastadora da enfermidade ou, na melhor das hipóteses, depois do fim da vida no corpo físico quando este é descartado. Isso ocorre porque o corpo astral e o mental não podem ser curados com analgésicos ou operados por bisturi. Para que a cura seja verdadeiramente obtida é necessário um tratamento profundo, onde alcançamos planos que operam imediatamente além do físico e por conseqüência influenciam diretamente no funcionamento de seu organismo.

Temos o costume de nos referir à doença como sendo aquilo que podemos ver na pele ou sentir como um mal-estar, mas isso é apenas um efeito e não a coisa em si. Não gostaria de cair no lugar comum dizendo que “o corpo fala”, mas a verdade é que a doença só se manifesta fisicamente para servir como alerta. Simplesmente desligar o alarme sem vasculhar a casa com atenção é abrir as portas para que outros intrusos se estabeleçam. Se um alarme toca é porque algum movimento indesejado aconteceu dentro de nossa residência e apagar as luzes para ir dormir antes de se tenha certeza de que tudo está em ordem é um risco que qualquer pessoa sensata não correria.

A doença acontece no plano das emoções (astral) e no plano mental e o que percebemos na carne é a conseqüência dela. Analisando dessa forma podemos perceber que o efeito é o de menos e que na maioria das vezes não nos livramos da doença, pois obviamente ela sequer foi diagnosticada.

Nenhuma dor de cabeça ou indisposição qualquer, por mais leve que seja, deveria ser medicada sem que o indivíduo faça uma profunda reflexão a respeito de suas prováveis causas. São em momentos como este que a vida oferece uma chance para que metas sejam reavaliadas e novas posturas sejam adotadas. Em alguns casos ficam claros os excessos, mas se mesmo nessas situações aparentemente inofensivas não atribuirmos a devida atenção, estaremos maquiando suas causas com desculpas esfarrapadas e preparando nosso organismo para uma disfunção precoce e um fim muitas vezes doloroso.

Aquele que busca apenas livrar-se da dor ou dos efeitos físicos da doença sem se levar em consideração todos os fatores que desencadearam o processo está antes de qualquer coisa desrespeitando a si mesmo, pois terá sofrido em vão e sofrerá novamente quando a causa se manifestar novamente.

É preciso um trabalho constante para manter a casa em ordem e um lar onde reina a paz é como um templo, onde podemos adentrar para nos restabelecer e renovar o contato com nossa essência divina.

Fim da primeira parte.

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