Que importância tem a verdade em sua vida?

Distinguir a ilusão da realidade deveria ser motivo suficiente para qualquer individuo consciente empreender uma busca deliberada em busca da verdade. A Verdade é a única vida que existe; é conhecer a si mesmo.

O Discurso da Lucidez

“O mundo tem o suficiente para todos nós, mas não o suficiente para alimentar a ganância de alguns.”

Conversando Com o Mestre

"Já existem muitos que podem ensinar concepções intelectuais da verdade. Você pensa que estará servindo da melhor forma possível se for mais um a fazer a mesma coisa?"

Convite para o Novo Mundo

Todos serão chamados. Todos terão sua chance. Você está sendo chamado agora.

Encontrando a Perfeição

Ao libertar o mundo dos valores que você usava para aprisioná-lo, o que será que vai sobrar?

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sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Carta Aberta aos Peregrinos da Verdade

Uma Análise Sobre o Processo da Atual Civilização

Tales Elias Lima


Armageddon, um quadro de Nicholas Roerich


Aceitar uma verdade conveniente não é reconhecer a verdade em si, pois a conveniência faz parte da personalidade mortal donde inexiste qualquer possibilidade de compreensão da Verdade imutável. De forma análoga, por maior que seja o número de pessoas que acreditem em uma ilusão, ela nunca será a realidade.

A mente intuitiva em estreita relação com o principio espiritual (o quinto principio, Mental, voltado para o sexto, Búdico) está ao alcance de todos os seres humanos.

No entanto, o que presenciamos no atual momento terrestre é o entrelaçamento do antigo sistema de evolução, que desenvolveu a mente concreta, com o dealbar de um novo ciclo, que tem suas bases de atividade na mente abstrata. Por isso muitas vezes ainda teremos de lidar com os dois extremos que constituem os limites de cada sistema evolucional; aqueles que representam o grau mais baixo de evolução do ciclo passado são vistos em atos de extrema ignorância e crueldade. O grau mais alto do novo sistema é representado pela beleza, o raciocínio intuitivo e o anseio espiritual. Entre esses dois extremos encontra-se a quase totalidade da humanidade donde a curva evolucional aponta para que em breve a maioria se posicione do lado da balança que passa a pender para o espiritual.

Ambos o extremos devem continuar a causar espanto, até o momento em que o velho seja anulado totalmente e o novo passe a ser uma realidade palpável para todos.

Devemos considerar que os planos que constituem o quaternário inferior (físico, vital, astral e mente concreta), foram desenvolvidos anteriormente por antepassados de raças que nos antecederam. Dessa forma, trabalhar conscientemente a fim de estimular a mente abstrata é dever de cada individuo que vive hoje sobre o planeta Terra.

Decisões tomadas a partir de emoções descontroladas, do instinto de autopreservação com a intenção de satisfazer desejos e anseios pessoais são os últimos reflexos percebidos como resíduos de um ciclo que seca como uma poça as margens de do rio por onde fluem intensamente os valores da nova civilização. 

No ciclo que finda, em raras vezes o ser humano entrava em contato com o mundo das idéias. Basta notar que quando verbalizada, a sentença; “Tive uma idéia!” - esta, geralmente era dita com exclamação em tom de comemoração. No entanto, em breve a idéia será um estado permanente, e assim, a afirmação, “tive uma idéia!”, perderá o sentido que tem atualmente, pois será o novo padrão de atividade mental no homem.

Mistificar os fatos apoiando-se em uma compreensão limitada a respeito da lei da reencarnação é desistir de avançar no caminho espiritual.

A maioria dos indivíduos aceitou determinados ensinamentos e adotou doutrinas ditas “espirituais” quando ainda era um impúbere psíquico. Dessa forma, para avançar no caminho em direção a Verdade se faz necessária a revisão desses valores admitidos anteriormente em tempos onde prevalecia certa ingenuidade, e a imaturidade emocional e intelectual predominava com maior intensidade.

Como diria um daqueles Mestres que trabalham através de eras sem conta para auxiliar o progresso da humanidade: “O Verdadeiro Homem é aquele que não fica radicado nas mesmas idéias”.

Ou seja, o verdadeiro buscador deve ser um livre pensador, manter a mente aberta, ser um intrépido pesquisador sem nunca deixar o bom-senso de lado. Esses são fatores essenciais para se alcançar a meta almejada. O orgulho, a vaidade e o misticismo são, no entanto, grandes armadilhas para os incautos. 

Porém, para ir além da letra morta, é necessário muito mais do que isso. Além de manter a mente aberta, é necessário estar atento e, conservar o coração puro através de um esforço diário em se levar uma vida limpa; física, emocional e mentalmente. 

A partir do trecho destacado abaixo de um livro de Paul Brunton [1], podemos perceber a diferença abismal que existe entre o individuo que leva uma vida essencialmente voltada para realizações da personalidade inferior e o verdadeiro buscador da Verdade.

“Aquele que busca não pode imitar a vida convencional de outras pessoas. Precisa fazer algumas mudanças, e especialmente alguns sacrifícios, se é para seguir um caminho cuja meta seja diferente da meta delas. Precisa encontrar algum tempo para a meditação e para o estudo, tempo em que possa ser ele mesmo verdadeira e plenamente, e isso exige um período diário de solidão, por mais breve que seja. Precisa planejar sua dieta de forma que não traga mais dificuldades ao seu trabalho interior. Precisa ter cuidado com as companhias, de forma que não fique constantemente reagindo à aura dos demais, seja para lutar, seja para se defender."

Dessa forma, podemos entender que a vontade deve ser forte e a paciência tão firme quanto possível. A intrepidez se faz necessária, porque os sinais que apontam para o caminho que conduz a Verdade não estão esperando em algum lugar; mas encontram-se espalhados ao longo de um extenso caminho e seus fragmentos devem ser reunidos com dedicação inabalável.

Percorrer um caminho pré-estabelecido não conduz a Verdade. Seguir a manada, o caminho das respostas fáceis e as formulas comerciais apresentadas em livros sem conta, recheados de “sacadas New Age” só reforçam a ilusão, pois fazem surgir no individuo a falsa sensação do dever cumprido.

Os verdadeiros mestres repreendem muito mais do que elogiam e através de determinados processos peneiram ao máximo a quantidade de seguidores até o momento em que resta apenas um punhado de discípulos sinceros que nesse ponto já esqueceram totalmente de si próprios enquanto personalidades humanas individuais.

Se a Verdade pudesse ser profanada ela seria de domínio público e a questão da evolução humana já estaria resolvida. 

Nesse caso, vale a máxima de que quando o aluno está pronto, o mestre aparece. Tal afirmação deve ser vista sem qualquer misticismo. Simplesmente que o individuo purificado - aquele que apaziguou o físico, astral e mental - se torna permeável as inspirações de planos superiores, assim como quando a luz do sol penetra por entre pequenas brechas entre nuvens e assim pode iluminar uma porção de terra. 

Em seu artigo “O Caminho, A Verdade e a Luz”[2], John Garrigues, pondera:

“Ainda há no mundo de hoje pessoas que só se preocupam com a supremacia física. Não muito longe desse nível, há gente para quem a vida é uma espécie de competição na qual vence “o mais esperto”. Outros tantos, incapazes de pensar, constroem seu caminho procurando pelos prazeres do momento. Todos estes seres são peregrinos na Grande Viagem da evolução, embora viajem numa escuridão sem consciência.”

Analisando o processo do peregrino da vida espiritual, o Sr. Garrigues continua:

“Para aquele que viaja com um coração cheio de problemas, há algo de doloroso na glória do pôr-do-sol. O bosque escuro que o vento movimenta acima dele reforça e prolonga os seus suspiros; não há paz no movimento das folhas. Mas quando alguém conhece a felicidade interior do coração, todas as coisas contribuem para a caminhada. Poderíamos aproveitar o pensamento de um Viajante sábio e dizer:

“A partir de agora eu não peço mais por boa sorte. Eu próprio sou a boa sorte!”

Em seus respectivos textos, Jonh Garrigues e Paul Brunton, procuram deixar tão claro quanto possível a responsabilidade de cada um diante do processo de evolução pessoal e coletivo.

A crença cega gera o misticismo e embota a razão. Buscar a salvação em orações a um ser imaginário, que castiga aqueles que se opõe a suas leis e beneficia os pobres e coitados; depositar esperanças em seres angelicais e criações astralinas; ou extraterrestres que salvarão os eleitos e os conduzirão em suas naves para um planeta mais “elevado”, são exemplos de um tipo de crença que impede que o ser humano reconheça seu potencial ilimitado para realizar e fazer o bem.

Se após chegar até aqui, o leitor ainda estiver se perguntando do que vale saber de tudo isso, então, me vejo obrigado a devolver a questão com outra pergunta: 

Que importância tem a verdade em sua vida? 

Distinguir a ilusão da realidade deveria ser motivo suficiente para qualquer individuo consciente empreender uma busca deliberada em busca da verdade. A Verdade é a única vida que existe; é conhecer a si mesmo.

Aquele que persiste na ilusão está conscientemente se colocando a margem do ciclo em que vive.

Em casos como este, colhem-se os frutos da própria ignorância (do desconhecimento da Lei). Vive-se em uma eterna gangorra de emoções; muito sofrimento, alguns momentos de satisfação, uma porção de desespero e um sentimento de insatisfação constante. 

Viver como uma pedra, a margem do processo, celebrando a inconsciência humana é desrespeitar seus irmãos de raça. Mas não só isso, ao invés de contribuir para que uma nova consciência se estenda por todo o globo, agir de tal forma é fazer exatamente o contrário.

Diferente do que alguns poderiam imaginar; conduzir a vida dessa maneira não só é um desperdício existencial para o individuo em questão, mas causa dificuldades de progresso para o seu entorno. Tal fato significa trabalho redobrado aos servidores anônimos que dedicam suas vidas para que a Lei seja cumprida e o gênero humano alcance o grau de evolução previsto para os tempos atuais.

Em uma carta ao Ashram Satyagraha, Gandhi escreve sobre a necessidade da busca pela Verdade.

É importante salientar que para Gandhi - assim como para os Mestres que alcançaram a libertação da roda de encarnações terrestres - a Verdade é a Lei Universal; imutável, que rege o macro e o micro. Muitas vezes, ao atribuímos a esses valores o termo, Deus, não percebemos que estamos limitando aquilo que não tem limites, e assim, limitamos também nossa própria capacidade de compreensão daquilo que é inefável.

Diz a carta de Gandhi:

“Onde está a Verdade está, também, o conhecimento que é verdadeiro. Onde não está a Verdade não podemos encontrar o conhecimento verdadeiro.

Somente a devoção a esta Verdade justifica a nossa existência. A Verdade deve ser o centro de toda nossa atividade. Ela deve ser o sopro da nossa vida. Quando o peregrino chega a esta etapa do caminho que percorreu, ele descobre sem nenhum esforço as outras regras da vida e a elas se amolda instintivamente.”[3]

Dessa forma, podemos concluir que não basta fazer o bem, porque o bem é uma ilusão confortável quando destituído da Verdade.


Notas:

[1] PAUL BRUNTON (1898-1982) - Práticas para a Busca Espiritual - Relax e Solitude (The Notebooks of Paul Brunton - Volume III) Ed. Pensamento, São Paulo, 2001, p.16-17. O trecho presente neste post foi destacado originalmente por Rosemare Vieira Gomes em mensagem destinada ao E-Grupo SerAtento, do yahoo. 

[2] O texto “O Caminho, A Verdade e a Luz”, de John Garrigues, pode ser encontrado na íntegra acessando link: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=1318#.UFHhLrJlSVk

[3] O texto “Sobre a Verdade - Satya”, de 
Mahatma Gandhi, do qual foi extraído o trecho acima pode ser encontrado na íntegra acessando o link: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=1140#.UFH8Y7JlSVk

A reprodução desse artigo é livre, uma vez que seja feita na íntegra e que sejam citados o autor e a fonte, www.ocaminhododespertar.blogspot.com.br . Com esta única condição, o uso do material é livre.


terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Correta Atenção Permite o Surgimento do Correto Discernimento

Colocar-se na condição de observador não é o mesmo que estar à margem do processo; pelo contrário.
A atenção deve levar ao correto discernimento e a ação deliberada. 

Tales Elias Lima

 
Nagarjuna Conqueror of the Serpent,
Um quadro de Nicholas Roerich


Um antigo ensinamento budista compara a mente humana a um macaco embriagado na floresta. O animal salta, despenca de grandes alturas, balança de cá pra lá, arrebenta galhos e causa grande confusão em torno de si, sem ter consciência disso. A comparação é adequada, pois pensamentos alheios a sua vontade agitam a mente do homem que é arrastado de um lado para outro sem que ele esteja no controle. Porém, além da mente que pensa, existe a consciência; estar consciente é estar no controle.

Quando a consciência - por força da vontade - assume o controle,  as formações mentais podem ser observadas com maior clareza e assim seu poder de influência sobre o individuo diminui consideravelmente. Essa dissociação entre consciência e a corrente de pensamentos que se agita descontroladamente é fundamental para que possamos perceber a importância da atenção em nossas vidas.


Estar atento é observar a correnteza e não permitir ser arrastado por ela. O desatento é levado pela corrente de pensamentos que se renova constantemente e é rapidamente conduzido a um mundo ilusório que o separa da realidade. Dessa forma, a mente passa a fantasiar situações e a aceitar certas condições que por mais absurdas que possam parecer para o ser atento, foram aceitas como verdades por aquele que se deixou levar pela correnteza.
  
A atenção permite o surgimento do correto discernimento.

No entanto, a consciência - que é um dos atributos superiores do ser humano - traz consigo a vontade de realizar, criar e contribuir, pois é inerente ao ser espiritual. Nesse caso, se o distanciamento das construções mentais não trouxer consigo a vontade divina da atividade, então a aparente dissociação é só mais um pensamento da mente concreta. Mais um lambari saltitante no grande rio de pensamentos condicionados.

É comum encontrar pessoas que se assentam sobre a condição de observador, para legislar em causa própria de forma que possam viver a filosofia do mínimo esforço sem assumir a responsabilidade diante das contradições de sua própria vida.


Em alguns casos, tal iniciativa, pode funcionar como uma espécie de anestesia moral. No entanto, a anestesia só máscara a doença e não leva de forma alguma a verdadeira cura. Abrir mão da auto-responsabilidade diante do processo de evolução – individual e coletivo – é o que leva muitos indivíduos a abandonarem sua própria consciência, permitindo que outras inteligências tomem o leme do navio que se via desgovernado pela falta de um comandante.

O êxito no processo de libertação da mente condicionada depende de vários fatores; paciência, força de vontade e uma boa dose de disciplina são mais do que necessários, pois o progresso é lento e gradativo. O resultado do esforço contínuo é o aumento progressivo do poder de discernimento.

É importante ressaltar que colocar-se na condição de observador não é o mesmo que estar à margem do processo; pelo contrário. A atenção deve levar ao correto discernimento e a ação deliberada e sob hipótese alguma a letargia de raciocínio que inibe a ação. 


Um exemplo claro de associação perigosa que pode conduzir o indivíduo desatento a uma condição obtusa diante da condução de seu próprio destino é somar a questão da observação imparcial com uma interpretação equivocada a respeito do funcionamento da lei do carma e do livre-arbítrio.

Sobre essa questão, podemos analisar o ponto de vista daqueles que se valem do misticismo para justificar condições que a ciência humana até o momento não pode explicar.

Algumas correntes espiritualistas afirmam que Deus, não possui livre-arbítrio, pois que Este, apenas trabalha para que o justo carma da humanidade seja cumprido. Desconsiderando toda a obscuridade e polêmica que existe em torno do significado do termo Deus, este raciocínio parece correto.

A partir dessa conclusão, seria adequado pensar então que o ser humano é o senhor de seu próprio destino, ou carma. Dessa forma, abrir mão da única ferramenta que lhe foi dada – o poder da escolha - para conduzir sua vida é abrir mão da própria condição humana - É construir o próprio carma de maneira inconsciente.

Grandes líderes e reformadores, artistas e educadores, pesquisadores e cientistas, santos e operários anônimos da evolução, não seriam o que foram – e por conseqüência não teriam contribuído para o desenvolvimento da humanidade – se não acreditassem na força de transformação que cada um carrega consigo mesmo.

Sob esse ponto de vista, devemos considerar que uma vaca ou outro animal destituído de razão está mais sujeito ao “acaso”, pois não possui um sistema cérebro espinhal desenvolvido. Dessa forma, o animal não tem capacidade de agir deliberadamente a fim de se libertar de determinada situação que pode culminar com seu cadáver sendo devorado entre amigos em uma tarde ensolarada de domingo.

Mas o homem não é uma vaca.

Aqueles que se diminuem colocando-se numa condição de pequenos e coitados seres humanos, destituídos de qualquer poder para transformar o meio ou a si mesmo, irão inevitavelmente colher o carma gerado por seu caráter obtuso. Ao criarem uma entidade para aliviar o fardo que poderiam carregar por conta própria parecem ignorar o fato de que a esperança da colheita está na semente.


Transformar o homem em uma marionete ou reluzi-lo a condição de instrumento de um joguete do carma ou de um ser superior imaginário serve a determinados propósitos, porém nenhum deles em seu benefício. 

Não é o carma a lei da causa e efeito, da justa compensação e da harmonia perfeita? Nesse caso, a idéia de um Deus monoteísta perde qualquer função que justifique sua existência, pois a lei do carma tem em seu princípio todo o poder atribuído a este ser. Essa é a lei que pune a imprudência e recompensa o correto discernimento.


Quando um banhista que não sabe nadar se aventura além do limite de suas possibilidades, pode acabar afogado. Nesse caso deveríamos culpar as correntes oceânicas ou na falta de prudência do banhista, que apesar de todos os avisos dos salva-vidas e da presença de placas que alertavam sobre o perigo que ele estava correndo decidiu arriscar sua sorte?


O carma funciona como o oceano, que é regido por determinadas leis que formam correntezas e movimentam as marés. Essas leis continuam agindo tenhamos nós o conhecimento delas ou não. Dessa forma, ninguém, ou nada, além da nossa própria ignorância, deve ser culpado pelos que colhemos; muito menos o carma.


Um dos primeiros conceitos que o buscador da verdade deve entender é que o carma tende, mas não obriga; do contrário o ser humano não teria razão de ser.


A vontade de avançar deve ser estimulada através do livre pensamento e não corrompida pela burocratização do ensinamento e da crença cega. O ser lúcido é a antítese do crente pois é um instrumento de transformação ativo e consciente.

Como diz o título de um artigo de Filipe Vilicic, publicado na edição de 22 agosto de 2012 da revista Veja, “A crença no sobrenatural é perigosa”.


O artigo de Filipe apresenta uma entrevista com o psicólogo Michael Shermer que se baseia em fatos cientificamente comprovados para explicar o funcionamento do cérebro humano. O senhor Shermer esclarece:


“A evolução fez do cérebro uma espécie de máquina de reconhecimento de padrões na natureza. Às vezes, esses padrões são reais, mas na maioria dos casos são fruto da imaginação. (...) A convicção de que o pensamento mágico é o que basta para a compreensão do universo produz uma sensação de prazer. Ficamos felizes em imaginar que seres místicos, sejam eles deuses ou extraterrestres, se preocupam e cuidam de nós. Não nos sentimos sós.”[1]


Quando questionado sobre a possibilidade de estar errado a respeito da não existência de deuses, Shermer admite:

Se houver um ou vários deuses, ficarei surpreso. Mas não tenho medo. Se há um Deus, ele me deu um cérebro para pensar. Meu pecado seria usá-lo para raciocinar e buscar explicações? Um ser benevolente não me puniria por utilizar bem as armas que me concedeu.” [2]

Ao analisar todas as barbaridades e selvageria cometidas ao longo da história e que até hoje são feitas em nome de Deus, é fácil entender porque para alguns o combate ao misticismo e a crença cega será sempre um bom combate.

Por isso, o buscador da verdade deve se colocar na condição de eterno estudante. O estudo leva ao conhecimento de algo novo e aumenta significativamente seu poder de discernimento. O correto discernimento permite ao estudante adotar uma correta filosofia de vida e a se esforçar por colocá-la em prática. A soma do correto discernimento e da atividade correta é a síntese da sabedoria.

O sábio não pode ser subjugado ou evangelizado, pois reconhece que sua sabedoria foi formada a partir do livre pensamento e da busca pela verdade. A vida fácil não o atrai porque ele reconhece sua responsabilidade diante do processo da evolução. 

Ao acreditarmos na afirmação que diz que uma árvore deve ser julgada por seus frutos; deveríamos realmente dedicar algum tempo de nossas vidas para refletir e analisar se a árvore que cresce em no nosso quintal está verdadeiramente oferecendo algo que nos alimenta ou apenas sacia um desejo fugaz. 

Notas:

[1] O artigo completo pode ser encontrado na internet através no link: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/psicologo-explica-por-que-acreditamos-no-inacreditavel .

[2] Ver nota anterior.

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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sobre a Ética da Alimentação Vegetariana
e a Importância da Razão no Processo Evolutivo

Tales Elias Lima


um retrato de Leonardo da Vinci

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Diz uma frase atribuída a Leonardo da Vinci.

“Chegará um dia em que o homem conhecerá o intimo de um animal, e nesse dia, ele verá que todo crime contra o animal será um crime contra a própria humanidade.”

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A ciência, ao recorrer à razão, tem um importante papel na formação de uma sociedade mais fraterna e justa. Com o uso correto da razão – voltada para o bem coletivo – pode-se estabelecer um conjunto de diretrizes que dão base de sustentação para a sociedade que almejamos viver.

Porém, qualquer conjunto de diretrizes será sempre o passo seguinte – os frutos – ao dado anteriormente por um grupo menor de indivíduos que transcenderam a mente concreta.

A teosofia original, não apenas antecipou o que a ciência viria a descobrir séculos mais tarde, mas verdadeiramente contribuiu de forma pioneira para que “descobertas” desse tipo fossem possíveis.

Uma sobrinha de Albert Einstein afirma que uma cópia de A Doutrina Secreta de Helena P. Blavatsky estava sempre presente na mesa de trabalho de seu tio [1].

Assim como Einstein, muitos outros cientistas e físicos, filósofos e pensadores, ativistas e reformadores, escritores e artistas tiveram um contato mais ou menos direto com a teosofia original do final do século XIX.

Daí a importância em se alcançar a real percepção das coisas, ou ao menos buscar ampliá-la consideravelmente.

A mente objetiva não pode perceber a unidade entre ela mesma e os demais seres, simplesmente porque essa unidade não existe no plano objetivo. A unidade só pode ser percebida quando a mente concreta se tonra permeável as emanações do principio búdico superior impessoal.

Como diz o ditado popular, devemos aprender seja pelo amor, ou pela dor.

Sob esse ponto de vista, quanto mais elaborada e intrincada são as leis de uma nação, maior o sinal de decadência moral e ética da sociedade sobre a qual ela legisla. Nesse caso, a lei serve como a razão, que determina que aquele que não dominar seus desejos mais obscuros e instintos inferiores, deve sofrer determinada punição.

Obviamente que não devemos nos enganar achando que na sociedade do futuro não existiram leis que procurem coibir determinado tipo de comportamento. Porém, as leis certamente se tornarão tão refinadas quanto à consciência coletiva do povo a qual ela se aplica.

A ética da alimentação vegetariana não beneficia apenas o animal que tem sua vida poupada, mas sim a vida sob todas as suas formas.

Se levarmos em consideração a lei da interdependência, então, o beneficio de uma vida harmônica entre os seres no planeta Terra se estende muito além do sistema em que vivemos.

Dessa forma aquele que pretende ajudar ao próximo e cultiva o habito de se alimentar da carne animal poderia pensar na reformulação do seu cardápio.

As possibilidades de uma civilização que vive mais e melhor, que erradicou a fome, que gasta menos com saúde - podendo investir mais em reforma agrária, educação e cultura - são ilimitadas.

Como mostra o artigo de Carlos Aveline [2], o habito de consumir carne animal é sempre um mau negócio, seja do ponto de vista dietético, econômico, demográfico ou energético.

Muitas pessoas - algumas bem intencionadas - por estarem demais preocupadas com questões que dizem respeito à satisfação momentânea, sequer pensam que essa é uma questão a ser levada em consideração. No entanto quem tem consciência do ciclo de crueldade que mantém tal negócio não deveria conservar velhos hábitos, seja por comodismo ou falta de determinação.

“E como se dá esse processo rotineiro? Vejamos um exemplo.  

Os animais viajam centenas de quilômetros de pé, sem água ou comida, apertados na carreta de um caminhão. Ao chegar,  ficam de dois a quatro dias no pátio do abatedouro ―  recebendo apenas água. Na hora do sacrifício, os animais são forçados a entrar em um longo corredor estreito. São tomados pelo desespero, e tentam fugir de todas as formas. No final do corredor, uma das maneiras mais usadas de matar começa com um golpe de marreta na cabeça. O animal fica tonto, perde as forças e cai com os olhos abertos, mas é suspenso por um guindaste atado às patas traseiras. Às vezes já está se recuperando do golpe e debatendo-se pela liberdade quando é definitivamente degolado. Seus olhos se esvaziam; o olhar ainda está lá, mas a vida atrás dele retira-se.” [3]

Na abertura em um recente debate em Melbourne na Austrália, Philip Wollen alerta: “O mundo tem o suficiente para todos nós, mas não o suficiente para alimentar a ganância de alguns.”[4]

Notas:
[1] Ver o livro “Helena Blavatsky” de Sylvia Cranston, Ed. Teosófica, p. 474 e nota 22 da parte 7 na página 651
[2]"A Ética da Alimentação Vegetariana" - Carlos Cardoso Aveline - http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=224#.UCAJ2fZlQr0 .
[3] Ver referência anterior.
[4] Philip Wollen é o idealizador do Projeto “Winsome Constance Kindness Trust”; uma iniciativa global cuja missão é "promover a bondade para com todos os outros seres vivos".

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terça-feira, 26 de junho de 2012




A atmosfera agradável de uma casa é mantida com asseio, organização e limpeza regular. Invariavelmente, a pintura de suas paredes pode esconder pequenos defeitos sendo um recurso paliativo aceitável em determinados casos. Porém, quando o imóvel começa a apresentar rachaduras e infiltrações sua estrutura deve ser avaliada cuidadosamente para que as bases fundamentais que lhe dão sustentação sejam reforçadas.

Quando a estrutura está comprometida a verdadeira solução requer ações profundas e portanto, mais trabalhosas, sendo necessário em alguns casos demolir toda a construção antes de reerguê-la novamente.

Ações paliativas podem trazer uma satisfação momentânea, um certo alívio e a sensação ilusória de dever cumprido, mas aqueles que buscam viver além da superficialidade não devem se contentar com a maquiagem enganosa.

Na questão da casa, fazer o mínimo para lhe conferir boa aparência pode parecer interessante, principalmente para quem pretende vendê-la, ou como se diz, “passar pra frente”. Assim, se pode lucrar com o negócio deixando as maiores despesas nas mãos do próximo morador. Porém, no caso do nosso lar mais intimo, esse tipo de malandragem não trás prejuízo para mais ninguém além de nós mesmos e as conseqüências podem ser severas.

Quando somos acometidos por algum mal-estar, temos, é claro, o costume de buscar o alivio imediato para o incomodo. Pretendemos nos livrar da dor e atingido esse objetivo na maioria das vezes ficamos satisfeitos. Porém, agindo dessa forma, sem que seja feita uma sincera reflexão sobre o processo que desencadeou determinada aflição, estamos alimentando graves conseqüências que poderiam ser evitadas. 

A implicação pode aparecer sem demora, em uma forma mais devastadora da enfermidade ou, na melhor das hipóteses, depois do fim da vida no corpo físico quando este é descartado. Isso ocorre porque o corpo astral e o mental não podem ser curados com analgésicos ou operados por bisturi. Para que a cura seja verdadeiramente obtida é necessário um tratamento profundo, onde alcançamos planos que operam imediatamente além do físico e por conseqüência influenciam diretamente no funcionamento de seu organismo.

Temos o costume de nos referir à doença como sendo aquilo que podemos ver na pele ou sentir como um mal-estar, mas isso é apenas um efeito e não a coisa em si. Não gostaria de cair no lugar comum dizendo que “o corpo fala”, mas a verdade é que a doença só se manifesta fisicamente para servir como alerta. Simplesmente desligar o alarme sem vasculhar a casa com atenção é abrir as portas para que outros intrusos se estabeleçam. Se um alarme toca é porque algum movimento indesejado aconteceu dentro de nossa residência e apagar as luzes para ir dormir antes de se tenha certeza de que tudo está em ordem é um risco que qualquer pessoa sensata não correria.

A doença acontece no plano das emoções (astral) e no plano mental e o que percebemos na carne é a conseqüência dela. Analisando dessa forma podemos perceber que o efeito é o de menos e que na maioria das vezes não nos livramos da doença, pois obviamente ela sequer foi diagnosticada.

Nenhuma dor de cabeça ou indisposição qualquer, por mais leve que seja, deveria ser medicada sem que o indivíduo faça uma profunda reflexão a respeito de suas prováveis causas. São em momentos como este que a vida oferece uma chance para que metas sejam reavaliadas e novas posturas sejam adotadas. Em alguns casos ficam claros os excessos, mas se mesmo nessas situações aparentemente inofensivas não atribuirmos a devida atenção, estaremos maquiando suas causas com desculpas esfarrapadas e preparando nosso organismo para uma disfunção precoce e um fim muitas vezes doloroso.

Aquele que busca apenas livrar-se da dor ou dos efeitos físicos da doença sem se levar em consideração todos os fatores que desencadearam o processo está antes de qualquer coisa desrespeitando a si mesmo, pois terá sofrido em vão e sofrerá novamente quando a causa se manifestar novamente.

É preciso um trabalho constante para manter a casa em ordem e um lar onde reina a paz é como um templo, onde podemos adentrar para nos restabelecer e renovar o contato com nossa essência divina.

Fim da primeira parte.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Aquele que quer agradar, fala mais e ouve menos pois busca o alimento da própria vaidade.
Aquele que pretende ser agradável, fala menos sem ser omisso, e ouve com plena atenção.

Aquele que quer agradar busca o elogio e o reconhecimento do personagem cuja máscara esconde seu próprio rosto.
Aquele que pretende ser agradável estimula o interlocutor a fim de deixar vir à tona o que este possui de melhor.

Quando nos encontrarmos como anfitriões da casa de Deus, devemos procurar ser agradáveis: esperar, ouvir e permitir.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quis saber mais sobre Amor e Caridade que em muitas ocasiões são temas que geram discussões infindáveis e na maioria das vezes de difícil compreensão.

Amor
O Amor não se explica com a razão, pois se trata de um sentimento inerente ao Ser. Poderia ser comparado a uma onda de energia que invade a alma imortal e que por ter características universais derruba todas as barreiras levando aquele que Ama a praticar apenas ações que tenham surgido a partir da vontade de auxiliar.

Caridade
É a ação amorosa, ou o bem praticado por aquele que ama.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O conhecimento é o primeiro passo para libertar nossa alma da ignorância, portanto, não menospreze o livro, os ensinamentos e a meditação. Não exalte a inércia e a ignorância.

No entanto, o conhecimento de nada serve se não for aplicado na vida diária. Isso é o que chamamos de sabedoria, sendo o sábio aquele que vigia a si mesmo aplicando constantemente o conhecimento adquirido.

Ainda assim, de nada adianta conhecimento e sabedoria se não houver amor, pois sabedoria sem amor não traz felicidade.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Somente ao ser condenado pelo mais cruel dos tribunais, que é sua própria consciência, alguma luz pode verdadeiramente começar a surgir a partir do individuo. Quando o ser humano deixar de usar o corpo para chamar a atenção dos olhares e o intelecto para despertar a admiração tola, poderá passar a usá-los como ferramenta para aperfeiçoamento da própria alma; as barreiras começam a cair, a já desgastada casca se quebra e o velho mundo pode entrar em trabalho de parto a fim de que nasça um novo, com consciência e valores que já há muito ansiavam por vir à luz.

São muitos os que dizem buscar uma maior compreensão, mas continuam a agir da mesma maneira, se acomodando na interpretação que dão aos ensinamentos dos professores e por isso negam o desprendimento, o amparo e a caridade que tanto poderiam lhes ser útil para o crescimento de suas virtudes.

Entendemos que a única guerra que pode ser travada é aquela em que nos erguemos diante de nós mesmos, porém, é no exemplo de nossas ações que incentivamos o outro a travar sua própria batalha.

Sendo assim, se quisermos oferecer algum alívio aos que sofrem, é preciso nos banhar do mesmo lodo que lhes cobre a carne, mas se faz necessária a compreensão de que, além disso, nada podemos fazer, pois beber a água por aquele que tem sede não resolve o problema.

Por isso, além de crer, rogamos pela coragem que nos permite construir, pois a crença sem a atividade é o exemplo perfeito de que como bem sabemos, nem sempre o que a boca fala é o que sente o coração. Além da meditação se faz necessária a ação, pois é quando as mãos começam a calejar que nos fazemos verdadeiramente úteis e assim passamos a reformar a nós mesmos.

Acima de tudo, estejamos atentos para não criar sofrimento onde ele não existe, pois a já tão vacilante centelha que surge como um pequeno farol a partir dos momentos de alguma lucidez precisa ser arejada pelos bons ventos e não abafada pela inconsciência que lhe cerca.

Ninguém virá lhe cobrar seu próprio aperfeiçoamento, sendo o tempo a mais sábia das escolas e a Terra a sala de aula mais adequada para esse aprendizado.

segunda-feira, 23 de maio de 2011


1. Livrar-se dos pensamentos sobre passado e futuro focando a mente na liberação dissolve as sementes do apego e deixa o coração sereno, mas isso não é iluminação;

2. Contemplar o reino do Espaço Ilimitado unindo a mente com o infinito não é iluminação;

3. Fazer uma visita ao Reino da Consciência Ilimitada, percebendo-se presente em cada fenômeno do Universo, não é iluminação;

4. Contemplar a natureza ilusória de todos os fenômenos, realizar que tudo foi criado por nossa mente e passar algum tempo no Reino da não Materialidade, isso nada tem a ver com iluminação.

Enfim, elevar a vibração a reinos mais elevados e encontrar um professor, despertar a Kundalini, adquirir faculdades mediúnicas e multiplicar os sentidos, nada disso tem a ver com iluminação.

Pois nada disso importa ou faz qualquer sentido se não estivermos em paz e pudermos olhar o outro com amor enquanto estivermos diante dos desafios do dia-a-dia.

Nossa consciência pode nos levar para outros reinos, mas independente de onde estivermos o sentimento que nos define como o que somos ainda nos acompanhará.

Estar em paz ao encarar os desafios do cotidiano, carregar o amor dentro de si e praticar ações virtuosas são características de alguém iluminado. Sendo assim, só podemos reconhecer tal pessoal, ao passar um tempo ao lado dela. Só podemos reconhecer isso em nós mesmos, ao passar um tempo com nós mesmos.

A prática de todo esse processo acaba se tornando um ciclo onde, quanto maior a consciência sobre os ensinamentos, mais profunda é a paz e assim mais amor poderemos irradiar. Com mais amor podemos praticar ações ainda mais virtuosas e assim compreender os ensinamentos mais a fundo.

Esse é “um” caminho e ele é simples.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ao impormos nossos valores ao próximo, espalhamos a infelicidade, pois estamos subjugando um irmão e o aprisionando em um conjunto de verdades relativas e egoístas. O áudio a seguir faz parte dos estudos sobre o Evangelho de Tomé feito pelo grupo EEU (http://www.meeu.com.br/).

Se estiver disposto a ouvir, então tente ouvir com a alma e sentir com o coração (se é que acredita que isso é possível) pois existe uma parte em você que sabe o que é a felicidade prometida e busca cada oportunidade para lhe fazer lembrar sobre o que você é e o amor recíproco que sente por cada aspecto da criação.


Imagine que Deus se fez presente como uma voz na mente de um homem aflito. E que após um longo diálogo esse homem finalmente se convence de que a voz que ouve é a do próprio Criador. Então, uma pergunta lhe vem a mente:

- Meu filho, quando acordaste hoje pela manhã, o que fez e onde Eu estava?

O homem prontamente responde que pela manhã despertou no horário de sempre, tomou seu café e logo se ocupou com questões materiais relacionadas ao trabalho.

Depois de um breve silêncio, o homem continuou um tanto envergonhado admitindo não ter sentido a presença Divina em lugar algum.

Ao que Deus acrescentou:

- Tua visão é demasiadamente limitada. Sendo assim, perdeste a chance de santificar tuas ações. Eu respiro através de ti. Estou em todos os aspectos da criação e permeio todas as coisas, por isso, mentalmente deveria reverenciar-me em todos os seres. Sou também teu sentimento mais nobre, aquele que tu tens sufocado debaixo do medo, do egoísmo e da ignorância. Para ti, sou como uma frágil flor que luta para crescer em meio a espinhos. Porém, terás que escolher um dia (apenas um misero instante de total entrega) para que meu Filho renasça dentro de ti e te liberte do pequeno e maligno ser que tu fizeste para tomar o seu lugar. – o meu Filho é o teu próprio Ser.

O home aflito tem lágrimas nos olhos. Deus o consola:

- Começa novamente amanhã (no instante a seguir), mas desta vez não me perca de vista.

segunda-feira, 16 de maio de 2011


Meu irmão, temos falhado em reconhecer a fonte da qual viemos. No entanto, nunca deixamos essa fonte para entrar em um corpo e morrer. Negamos O que nos criou e Aquele que fala a respeito do que somos. No entanto, por mais equivocados que estivéssemos, a santidade ainda é parte nossa, pois nossos erros a respeito do que somos, são apenas sonhos.

Percorremos a metade do caminho que nos é cabida e atingimos Teus jardins, porém, não podemos ir além. Agora, aguardamos em confiança sabendo que o que é Tua vontade não pode deixar de ser realizada e esse será o dia em que todos os sonhos serão abandonados e estaremos preparados para aceitar o Teu Verbo no lugar da nossa ilusão.